ID: HR19-1276

Presenting author: Marcela Adriana da Silva Lucena Marcela

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Psicóloga e sanitarista com especialização em saúde coletiva e psiquiatria social pela FIOCRUZ. Mestre em saúde coletiva e doutoranda em psicologia pela UFPE. Integrante do OPS e GEMA/ UFPE. Apresenta experiência na área de saúde mental, álcool e outras drogas no âmbito da gestão, da clínica e da docência.

Projeto Novos Caminhos - uma experiência de 'housing first' e geração de renda como redução de vulnerabilidades de pessoas que usam drogas na cidade de Fortaleza - Brasil

Marcela Adriana da Silva Lucena Marcela, Regina Barroso Regina

O Projeto Novos Caminhos vem sendo desenvolvido desde o ano 2017 com o objetivo de promover cuidado e redução de danos e vulnerabilidades de pessoas usuárias de drogas em situação de rua na cidade de Fortaleza, nordeste do Brasil. Apresentou como principais eixos operacionais, moradia e inclusão produtiva a partir da qualificação profissional. Mediante articulação de diversas políticas públicas configurou-se como projeto de baixa exigência, sem demandar abstinência ou redução do uso para acessar o programa. A pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (2013) revelou um quantitativo de 370 mil pessoas que fazem uso regular de crack no Brasil, sendo 40% localizadas no nordeste brasileiro. O Projeto foi executado por um grupo gestor composto por profissionais de diferentes setores: saúde, assistência social e trabalho em articulação com a Universidade Federal do Ceará. As 52 pessoas incluídas na moradia durante o período de um ano tiveram acesso, na sua maioria, ao eixo de qualificação e vivência profissional remunerado pelo período de 5 meses. No geral o projeto alcançou mais de 300 pessoas. Como resultados, percebeu-se maior poder de contratualização dos/as beneficiários/as do programa, permitindo resgate de vínculos, condições básicas de subsistência, elevação da autoestima e exercício de tomadas de decisão sobre a própria vida. Alguns desdobramentos mais estruturantes aconteceram: 07 pessoas foram incluídas no “Programa Federal Minha Casa Minha Vida”, adquirindo de forma definitiva uma casa própria; 16 foram incluídas em espaços permanentes de trabalho; a experiência foi inovadora para o poder público federal e municipal e para a universidade na construção de conhecimento aplicado.