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ID: HR19-679

Presenting author: Fernanda Matos Fernandes Castelo Branco

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Fernanda Matos Fernandes Castelo Branco Professora da Universidade Federal do Amapá - (Campus Binacional - Oiapoque) Doutora em Enfermagem

PADRÃO DO USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS EM INDÍGENAS DA ETNIA KARIPUNA NA FRONTEIRA FRANCO-BRASILEIRA

Fernanda Matos Fernandes Castelo Branco, Divane de Vargas

A temática de álcool e outras drogas ainda é pouco explorada entre as populações indígenas brasileiras; considerando-se a necessidade de explorar esse problema e a escassez de estudos sobre este fenômeno na região norte do Brasil, realizou-se esta pesquisa. Objetivou identificar o padrão do uso de álcool e outras drogas em indígenas na etnia Karipuna do município de Oiapoque, estado do Amapá, verificando a associação desse consumo com variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais da amostra. Estudo transversal, realizado em 12 aldeias. A amostra constitui-se de 230 indivíduos. Para a coleta de dados utilizou-se o Alcohol, Smoking and Substance Involvment Screening Test (ASSIST). Para a análise dos dados realizou-se o teste de qui quadrado para verificar a associações entre as variáveis de interesse e o padrão de consumo das substâncias; posteriormente foram selecionadas as variáveis para compor o modelo de regressão logística com prefixação do p-valor de 0,20, obtendo-se daí os valores do Odds Ratio (OR), entre as variáveis selecionadas na regressão logística. Os resultados mostraram que 73,4% dos entrevistados faziam uso ocasional de álcool, 26% faziam uso abusivo e 0,6% apresentava possível dependência. Em relação ao tabaco, 83,4% fazia uso ocasional, 16% uso abusivo e 0,6% possível dependência. As demais drogas, tais como: maconha, cocaína/crack, anfetamina ou êxtase, inalantes, alucinógenos, opióides ou outras substâncias não apareceram, mesmo usando-se uma abordagem cautelosa. As drogas de maior prevalência entre os indígenas da etnia Karipuna são lícitas. Os dados deste estudo têm potencial para subsidiar a realização de pesquisas futuras nesta área, não só em relação aos povos de etnia Karipuna, mas a outras etnias indígenas do Brasil e assim reduzir danos decorrentes do uso problemático.